Alterações na NR-1: inclusão de riscos psicossociais e novo prazo
As alterações na NR-1 2025 mudam o jogo da Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil. Acabou a era em que empresa fingia que risco psicossocial era “mimimi” de colaborador estressado. Agora é obrigação legal olhar para isso com método, dados e plano estruturado.
E tem dois pontos-chave que todo gestor de RH e SST precisa colocar no radar agora:
- Inclusão dos riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO);
- Adiamento da vigência dessas mudanças para 25 de maio de 2026, pela Portaria MTE nº 765/2025.
Ou seja: você ganhou tempo, mas não ganhou desculpa.
Este artigo é pra você que lidera pessoas, cuida de SST ou RH e já entendeu que esperar “sair a fiscalização” é a pior estratégia possível. Vamos destrinchar o que muda na prática, o que a lei passa a exigir e como usar tecnologia e inteligência (incluindo IA) pra transformar obrigação em vantagem competitiva. É exatamente esse tipo de visão que trabalhamos nos treinamentos da Lideres.ai.
O que muda com as alterações na NR-1 em relação aos riscos psicossociais?
Vamos direto ao ponto: as alterações na NR-1 2025 colocam os riscos psicossociais dentro do mesmo pacote de seriedade dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Não é mais “tema paralelo”, é item obrigatório do seu GRO.
O que são riscos psicossociais na visão da norma?
Não é psicologia de Instagram. Estamos falando de fatores do trabalho que podem causar:
- estresse crônico;
- sofrimento mental relacionado ao trabalho;
- exaustão, burnout, ansiedade, depressão;
- conflitos intensos e recorrentes entre equipes e gestores;
- clima de medo, humilhação, isolamento ou assédio.
Na lógica das alterações da NR-1, esses riscos precisam ser:
- identificados (mapear onde e como aparecem);
- avaliados (o quão graves são, com base em critérios claros);
- registrados no Inventário de Riscos do GRO;
- tratados com medidas de prevenção e controle;
- monitorados ao longo do tempo.
Tradução simples: se a empresa não olha para carga de trabalho, metas irreais, gestão tóxica, assédio, pressão constante e falta de apoio, ela passa a estar em não conformidade com a NR-1.
Onde isso entra dentro do GRO?
O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) já é a espinha dorsal da gestão de SST. Com as alterações na NR-1 2025, você precisa encaixar os riscos psicossociais em todas as etapas principais:
- Contexto da organização: entender o modelo de negócio, forma de gestão, metas e cultura que podem gerar pressão excessiva.
- Identificação de perigos: mapear fatores como jornadas longas, metas inalcançáveis, falta de autonomia, liderança abusiva, conflitos constantes, insegurança no emprego.
- Avaliação de riscos: medir probabilidade e severidade – não no “achismo”, mas com critérios e dados (pesquisas internas, indicadores de saúde, rotatividade, absenteísmo).
- Planejamento de ações: criar medidas para reduzir, controlar ou eliminar esses fatores.
- Monitoramento: acompanhar indicadores e revisar o plano de tempos em tempos.
Se o seu GRO hoje só fala de EPI, insalubridade e ergonomia básica, você vai ter trabalho pela frente. E quanto mais você empurrar, pior fica.
O novo prazo: o que diz a Portaria MTE nº 765/2025?
A Portaria MTE nº 765/2025 empurrou a vigência das alterações da NR-1 relacionadas aos riscos psicossociais para 25 de maio de 2026. Isso é importante por dois motivos:
- 1. Não está valendo ainda, mas vai valer – e vale pra todo mundo enquadrado na NR-1.
- 2. O prazo não é desculpa – é janela de oportunidade para se preparar sem desespero.
Quem usar esse prazo só pra “esperar” vai entrar em 2026 apagando incêndio jurídico, trabalhista e humano.
Empresas estratégicas vão usar esse período para:
- estruturar política interna para riscos psicossociais;
- rever processos de gestão de pessoas e metas;
- treinar lideranças para evitar riscos por comportamento gerencial;
- implantar ferramentas (incluindo IA) para monitorar clima, sobrecarga e sinais de risco.
Esse tipo de abordagem integrada de liderança + tecnologia é justamente o que trabalhamos na Lideres.ai, nos programas In Company.
O que é isso na prática dentro da sua empresa?
Vamos sair da teoria. Como as alterações na NR-1 2025 mexem na sua rotina de RH, SST e liderança?
1. O Inventário de Riscos vai ter “vida social”
O seu Inventário de Riscos do GRO passa a ter que registrar também:
- fontes de pressão psicológica no trabalho;
- fatores organizacionais (turnos, metas, estrutura de poder, comunicação);
- eventos críticos recorrentes (conflitos, denúncias, assédios etc.);
- indicadores que apontem sofrimento mental relacionado ao trabalho.
Não dá mais pra fazer inventário como documento “pra cumprir tabela” e deixar numa gaveta. Ele passa a ser o mapa de calor real dos pontos de risco, incluindo os invisíveis.
2. RH e SST vão ter que conversar de verdade
Risco psicossocial não é só problema médico, nem só jurídico. É problema de gestão. Isso significa que:
- o time de SST precisa falar com RH, jurídico, liderança e até TI;
- problemas de clima, turnover alto, conflitos crônicos e adoecimento devem ser integrados ao GRO;
- ações de saúde mental, programas de apoio ao colaborador e medidas organizacionais passam a ser parte da resposta ao risco, não “benefício extra”.
Na Lideres.ai, nos treinamentos de liderança, é comum ouvirmos a mesma frase: “descobrimos que metade do nosso problema de saúde mental era, na verdade, problema de gestão e comunicação”. E é exatamente isso que a norma agora empurra pra mesa.
3. Liderança tóxica deixa de ser “só um estilo”
Se antes um gestor agressivo era visto como “duro, mas entrega resultado”, agora ele vira fator de risco formalmente reconhecido. E, se a empresa sabe disso e não faz nada, a responsabilidade deixa de ser só da pessoa e passa a ser da organização.
Consequências práticas:
- você vai precisar de critérios claros de conduta gerencial;
- vai ter que atuar em casos de assédio moral com processo e registro;
- vai ter que incluir comportamento de liderança como item de avaliação e treinamento.
Por que isso importa pra você (mais do que parece)?
Pelo menos por três motivos bem objetivos:
1. Risco jurídico e financeiro
Ignorar riscos psicossociais num cenário em que a NR-1 manda explicitamente tratá-los é abrir a porta para:
- ações trabalhistas mais robustas e mais fáceis de ganhar;
- laudos periciais apontando falha no GRO;
- multas, termos de ajustamento e interdições.
E não adianta dizer “mas aqui a gente dá ginástica laboral e frutas na copa”. Se o clima é de medo, grito, humilhação ou pressão inalcançável, não passa no teste.
2. Performance real da empresa
Gente esgotada entrega pouco, erra mais, adoece mais, pede mais afastamento e troca de empresa assim que aparece oportunidade. Tudo isso vira custo. Em linguagem de negócios:
- aumento de turnover (e custo de reposição);
- queda de produtividade real (não a do dashboard, a da operação);
- dano reputacional de marca empregadora.
Gerenciar riscos psicossociais não é “frescura de RH”. É gestão de ativo estratégico: gente.
3. Competitividade em um mundo orientado a dados e IA
Empresas que entendem de dados + pessoas saem na frente. Ponto. E aqui entra outro elemento: a possibilidade de combinar SST, RH e Inteligência Artificial pra monitorar, prever e atuar.
É esse tipo de visão de negócios que ensinamos no Curso de Gerentes de IA da Lideres.ai: usar tecnologia não só pra marketing, mas pra gestão de risco, cultura e pessoas.
Como começar a se preparar para as alterações na NR-1 2025
Vamos montar um roteiro enxuto, direto e implementável. Você não precisa virar psicólogo, mas precisa ter processo.
1. Coloque o tema na agenda da alta gestão
Sem patrocínio de cima, isso morre em PPT.
- Apresente as principais alterações na NR-1 2025 à diretoria.
- Mostre o novo prazo (25 de maio de 2026) e os riscos de não agir.
- Enquadre o tema como projeto estratégico de risco e performance, não como “mais uma exigência trabalhista”.
2. Revisite o seu GRO com lente psicossocial
Pegue o que você já tem e pergunte:
- Onde estão os times mais pressionados?
- Onde o turnover é mais alto?
- Quais áreas concentram mais conflitos e registros de assédio?
- Quais jornadas, escalas e metas são claramente fora da curva?
Use isso como ponto de partida para mapear os principais riscos psicossociais e criar o rascunho do seu Inventário de Riscos nessa dimensão.
3. Coleta estruturada de percepção dos colaboradores
Aqui você pode (e deve) ser inteligente. Em vez de “caixinha de sugestões”, use:
- pesquisas de clima específicas sobre carga, apoio, relacionamento com liderança;
- entrevistas estruturadas em grupos (foco em risco, não em desabafo solto);
- análise de dados de turnover, atestados médicos, afastamentos por transtornos mentais.
Exemplo de pergunta para survey (que você pode até gerar em IA generativa):
"Liste os principais fatores no seu dia a dia de trabalho que mais contribuem para estresse, ansiedade ou sensação de exaustão. Seja específico(a)."
Ferramentas de IA podem ainda te ajudar a sintetizar rapidamente centenas de respostas abertas em clusters de risco. É o tipo de uso de tecnologia que abordamos nos treinamentos da Lideres.ai para IA In Company.
4. Defina critérios objetivos de avaliação
Risco psicossocial não pode ser analisado só na base do “eu acho”. Você pode estruturar uma matriz simples, por exemplo:
- Probabilidade (Baixa, Média, Alta);
- Impacto (Baixo, Médio, Alto);
- Indicadores associados (número de queixas, casos de afastamento, rotatividade etc.).
Monte algo como:
Fator: Metas inalcançáveis em área X
Probabilidade: Alta
Impacto: Alto
Evidências: Turnover 35%, aumento de atestados, 12 queixas formais no último ano
Nível de Risco: Crítico
Isso entra no seu Inventário de Riscos e puxa ação obrigatória no PGR.
5. Planeje ações em camadas (não só “palestra de saúde mental”)
Medidas concretas podem incluir:
- ajuste de metas e políticas de cobrança de resultados;
- revisão de escalas, plantões e jornadas;
- formação de líderes para feedback, comunicação e gestão sem abuso;
- canais seguros de denúncia (e procedimento claro de tratamento);
- apoio psicológico estruturado, mas conectado à gestão de risco (e não solto).
Lembrando: “Dia da Saúde Mental” isolado não resolve problema estrutural. Resolve culpa.
6. Treine as lideranças – de verdade
Líder que não entende o que é risco psicossocial vira fator de agravamento. Você precisa que eles saibam:
- o que a NR-1 agora exige;
- quais condutas gerenciais geram risco;
- como cobrar resultado sem destruir saúde mental;
- como identificar sinais de alerta em seus times.
É aqui que programas como os da Lideres.ai para liderança fazem diferença: formam líderes que entendem de pessoas, de dados e, cada vez mais, de IA aplicada à gestão.
O que ninguém te contou sobre riscos psicossociais na NR-1
1. Isso vai expor problemas que a empresa sempre soube que existiam
As alterações na NR-1 2025 não “criam” sofrimento mental. Elas só obrigam a empresa a olhar pra ele com nome, documento e plano de ação.
Ambientes que já eram duros, mas “tolerados” porque entregavam resultado, vão virar cases de não conformidade se nada mudar.
2. Tecnologia vai separar quem é sério de quem é improvisado
Empresas que usam IA, dados e analytics para:
- monitorar sobrecarga de trabalho;
- ler padrões em feedbacks de colaboradores;
- criar dashboards de risco psicossocial;
- priorizar ações com base em evidência, não em “achismo”,
vão andar anos-luz na frente. Isso não é futurismo; é o básico de quem entendeu que gestão de risco + IA andam juntas. Esse tipo de abordagem é justamente o foco da formação em Liderança em IA da Lideres.ai.
3. RH e SST vão ganhar (ou perder) relevância
Tem duas versões de futuro aqui:
- RH/SST como área burocrática que “monta documento quando o jurídico pede”; ou
- RH/SST como área estratégica que previne passivos, melhora performance e ainda fortalece cultura.
A forma como você vai lidar com as alterações da NR-1 2025 define em qual futuro sua área vai cair.
Dica extra da Lideres.ai: use IA pra acelerar esse processo
Você não precisa fazer tudo no braço. IA generativa e automações podem ser suas aliadas em várias frentes:
- Mapeamento inicial de riscos: gerar roteiros de entrevistas, questionários de clima e análises iniciais de texto de feedbacks.
- Classificação de riscos: usar IA para organizar respostas abertas de colaboradores em temas (assédio, carga de trabalho, liderança, comunicação etc.).
- Comunicação interna: criar versões diferentes de comunicados para gestores, colaboradores e diretoria explicando as mudanças da NR-1.
- Planos de ação: gerar esboços de planos de intervenção que você depois ajusta à realidade da empresa.
Exemplo de prompt que você pode usar em uma IA generativa para organizar feedbacks:
"Analise as respostas abaixo de colaboradores sobre o ambiente de trabalho.
1) Agrupe os principais temas relacionados a riscos psicossociais.
2) Classifique cada tema em Baixo, Médio ou Alto risco com base na frequência e severidade.
3) Sugira possíveis ações de mitigação por tema.
Respostas: [cole aqui as respostas dos colaboradores]"
Se você quer aprender a criar prompts poderosos para gestão de pessoas, marketing e performance, vale dar uma olhada no Ebook de Prompts para Marketing Digital da Lideres.ai — a lógica é a mesma: pedir melhor, pensar melhor, liderar melhor.
Erros comuns que você precisa evitar agora
- Esperar chegar 2026 pra começar: vai faltar tempo, mão e maturidade.
- Tratar risco psicossocial como “campanha de bem-estar”: é gestão de risco ocupacional, não só de bem-estar.
- Delegar tudo ao RH sem envolver a liderança: quem cria grande parte dos riscos psicossociais é a gestão, não o RH.
- Não registrar nada: se não está documentado, para efeito de fiscalização, não existe.
- Copiar e colar modelo pronto de outra empresa: risco psicossocial é super dependente de cultura, modelo de negócio, tipo de operação.
Como a Lideres.ai pode te ajudar nessa virada
As alterações na NR-1 2025 mostram uma coisa muito clara: o futuro do trabalho pede líderes e empresas que entendem de gente, de dados e de IA.
Na Lideres.ai, a nossa missão é justamente formar esse novo perfil de liderança, com:
- Curso de Gerentes de IA – pra quem quer liderar projetos que conectam tecnologia, negócio e pessoas;
- Treinamentos In Company de Inteligência Artificial – pra acelerar a adoção de IA em RH, SST, jurídico e gestão;
- Treinamentos de Liderança e Times – pra formar gestores que entregam resultado sem adoecer o time;
- Programas corporativos personalizados – conectando cultura, performance e inovação.
Conclusão: você vai esperar a norma bater na porta ou vai liderar a mudança?
As alterações na NR-1 2025 e o novo prazo dado pela Portaria MTE nº 765/2025 deixaram o recado bem claro:
- riscos psicossociais deixaram de ser “tema delicado” e viraram tema obrigatório;
- o prazo até 25 de maio de 2026 não é folga, é estrada pra quem quer se preparar direito;
- quem enxergar isso como oportunidade vai reduzir passivo, melhorar clima e ainda ganhar em performance.
A pergunta é simples: você quer ser a empresa que corre atrás da multa ou a empresa que antecipa problema, protege gente e fortalece resultado?
Se a sua resposta é a segunda, a Lideres.ai está aqui pra ser parceira nessa virada: treinando seus líderes, acelerando o uso de IA e ajudando você a transformar obrigação legal em vantagem competitiva real.
E você, vai esperar a fiscalização chegar ou vai puxar essa revolução de dentro?

